

Cauê Alves, em seu texto de apresentação da exposição, afirma: (...) As relações entre o branco e as cores nos relevos inéditos de Cassio Michalany produzem um ritmo particular. Nos dois formatos de relevos, as cores se tornam tridimensionais e se lançam para fora do plano. Mesmo que sua presença espacial não seja acentuada, as ripas brancas e as de tom azul, ou verde, ou cinza, projetam sombras sobre as placas que se sucedem como compassos musicais. ”(...)
(...) “Assim como em cada uma das séries de relevos, as pinturas possuem tamanhos diferentes. Enquanto a altura é a mesma, 160 cm, o comprimento das telas varia de acordo com a medida dos quatro chassis parafusados. Isso ocorre devido a uma permutação entre diferentes formatos: 55, 65 e 80 cm. Talvez fosse matematicamente natural que o maior medisse 75 cm, mas a própria escolha das dimensões já implica no abandono de algum princípio regulador. Os formatos das pinturas resistem a qualquer geometrização que ouse querer dar conta de seu sentido.”(...)
Como observou o crítico Rodrigo Naves, “(...) a pintura de Michalany procura encontrar cores e relações de cores que correspondam à sociabilidade contemporânea. Há em suas telas a tentativa de reverter a serialização que comanda o dia-a-dia, um mundo impessoal e delimitado”. O trabalho de Michalany tem como elemento o minimalismo, o desinteresse por formas complexas e caracterizadas. Ainda segundo Naves, “(...) com a repetição formal, o artista não quer encontrar um modo de representar pictoricamente as séries. Procura antes entender seu modo de funcionamento, ao revelar como a mudança de posição de uma cor altera toda a estrutura de um quadro. Segundo o historiador, pode-se considerar sua obra em âmbito mais amplo, que supõe o reconhecimento do lugar do outro e a consideração de que a posição que ocupamos no mundo só pode ser compreendida se são supostas também as outras posições.”
Texto e imagens recebidas por e-mail pelo Canal Aberto.
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