Estive vendo no site da Wall Paper Magazine (www.wallpaper.com) as imagens dos trabalhos do Indiano Anish Kapoor. Não há como não se impressionar (ainda que por imagens) com o que o artista faz com a matéria, transformando-a em "temporalidade estética", em experiêcia sensorial para deslumbrar. Num pequeno texto esses trabalhos são comparados ao trabalho de Richard Serra, não por acaso. Quer dizer, Richard Serra já disse que um dos motivos de seus trabalhos serem feitos em aço Cor-Ten na escala em que são feitos têm a ver com a experiência de uma vez seu pai o ter levado para ver um navio ser colocado no mar. A grandiosidade daquilo, sua pequenês diante do navio em movimento o levaram a produzir os trabalhos que hoje conhecemos. ...Mas enfim, não estou falando de R. Serra e sim de A. Kapoor; o fato de citá-lo é para que possa comparar. Kapoor faz com volume, cor, movimento mecânico o que Serra faz com o plano em grande escala: Deslumbra, maravilha! Temos a chance ver a esteticidade da matéria a respeito de si mesma.
Seu último trabalho, Memory (a última imagem desta postagem) não deixa de lembrar outro grande artista, o brasileiro Amilcar de Castro, que afinal usava o mesmo material de Memory, o aço Cor-Ten, e fazia referência clara ao tempo como coisa fenomenológica, não marcada mecanicamente como o tempo do relógio. Amilcar, entretanto cortava um plano e o dobrava, de modo que a escultura fosse "formada por aço e luz", em lugares abertos, exposto às intempéries do tempo. Kapoor monta um volume gigantesco com peças meticulosamente encaixadas e parafusadas, exposto num espaço fechado, dentro de um museu. Hesita em ser coisa funcional (como as peças de uma máquina), mas que não tem outra função senão a de ser referência da matéria sobre sua própria construção.
Sempre bom de ver o trabalho de Anish Kapoor.
Clique nas imagens caso queira ampliá-las!
Seu último trabalho, Memory (a última imagem desta postagem) não deixa de lembrar outro grande artista, o brasileiro Amilcar de Castro, que afinal usava o mesmo material de Memory, o aço Cor-Ten, e fazia referência clara ao tempo como coisa fenomenológica, não marcada mecanicamente como o tempo do relógio. Amilcar, entretanto cortava um plano e o dobrava, de modo que a escultura fosse "formada por aço e luz", em lugares abertos, exposto às intempéries do tempo. Kapoor monta um volume gigantesco com peças meticulosamente encaixadas e parafusadas, exposto num espaço fechado, dentro de um museu. Hesita em ser coisa funcional (como as peças de uma máquina), mas que não tem outra função senão a de ser referência da matéria sobre sua própria construção.
Sempre bom de ver o trabalho de Anish Kapoor.
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Svayambh: Cera e pigmento em movimento sobre trilhos. 2007 (Berlim)
My Red Homeland: Cera e pigmento. 2003
Cloud Gate: Aço Inox. 2004 (Chicago's Millennium Park, Chicago)
Laboratory for a new Model of the Universe: (materiais?). 2006
Memory: Instalação em aço Cor-Ten. 2008 (Deutsche Guggenheim, Berlin)
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